sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sacolas de Supermercado

No Brasil especificamente, ninguém nunca parou pra pensar quanto se paga pelas sacolas de supermercado. Sim, se paga por elas, mas o custo é colocado já nos produtos vendidos pela loja. Aqui é diferente, elas também têm preço e código de barras.

A primeira vez que no supermercado é até bem engraçada. Compra, 3 sacolinhas, pra aproveitar e usar no lixo depois e o preço final: Compra + €0,12 de sacolas. Sim, cada uma das sacolas de plástico pequenas custa €0,04 (R$0,11). Tem uma maior e um pouco melhor que sai por €0,15 (R$0,40) e outra ainda maior e custa €0,50 (R$1,40).

O que é feito, então, é: Compra-se da sacola um pouco melhor (€0,15 no meu caso) e se usa várias vezes. Aí, como acostumados que estamos a ver o jeitinho brasileiro, o pensamento que é inevitável: "Será que não vão achar que estou roubando do supermercado?". A resposta é óbvia, "não", e o motivo disso é simples: As pessoas acreditam em você no supermercado.

Novamente acostumados com o jeitinho brasileiro:
"Então se eu pegar sacolas e fingir que levei, não preciso pagar?". A resposta também é óbvia embora a pergunta não deveria nem ser feita. Não, acreditarão em você. Mas se o gasto com sacolas, da parte do supermercado, aumentar muito, com certeza os produtos vão subir de preço ou então as sacolas passarão a sair de graça.

De graça = custo embutido nos preços. Lembre-se, o supermercado não vai nivelar por baixo. A sacola de €0,50 com certeza não vai sair de graça, então quem perde? O esperto perde, claro. Ele não paga nunca a sacola mas começa a pagar depois. E quem é que vai ser o primeiro a reclamar do aumento? O esperto!

É uma pena, mas tem muita gente assim por aqui. Depois ganhamos uma fama que eu mesmo não posso contestar como sendo errada, por mais que não faça. Espero que, por enquanto, eu seja a regra e não a exceção.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em matéria econômico-financeira, há uma regra que define bem a consequência dos "jeitinhos":
"Não existe almoço de graça": alguém está pagando.
Numa escala global, pode-se dizer que a leveza insustentável da macro-economia é igual ao clima: o farfalhar de asas de uma butterfly na China, pode causar um furacão no Caribe. May God help us!!!