quarta-feira, 16 de abril de 2008

Silvio vem aí, olê olê olá

É amigos,

A eleição acabou e Silvio Berlusconi, o político mais odiado da Itália, se elegeu (pela terceira vez não consecutiva) primeiro ministro da Republiqueta da Banana européia.

O Berlusca é o homem mais poderoso da Itália 2 vezes. Ele é dono de um verdadeiro império da mídia (canais de TV, editora, empresas etc.). Não vou tentar fazer a biografia dele aqui, mas refletir sobre a eleição.

A maior parte das pessoas que comentam algo sobre política por aqui falam muito mal dele, mas o irônico é que ele esmagou a votação com folga, bem mais de 50% dos votos. E o voto aqui é opcional. Ou seja, de nada adianta reclamar se você não vai votar!

Veremos agora se a Itália sai da inércia ou se entra de vez numa espiral de afundamento. A Alitalia é a primeira bomba a estourar na mão do novo "Premier". Ele usou e abusou da falência anunciada dela durante sua campanha eleitoral. Agora é a vez de mostrar o que falou tanto.

Eu, honestamente, acho que os italianos estão apáticos ao extremo. Não vejo ninguém querendo fazer algo pra melhorar nada, nem mesmo a própria vida. Contentam-se com o que têm e só isso já é suficiente.

Agora entrou o político que eles não gostam, mas que está falando que vai fazer milagres... Eu to sentado assistindo... de camarote!!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Eu sou chato e bato o pé

A frase do título é de um italiano, claro, traduzida...

Ontem uma amiga foi ao supermercado. Ela tinha uma certa quantidade de dinheiro na carteira e o cartão de crédito. Como a compra acabou ficando ligeiramente mais cara que o dinheiro que ela tinha, a primeira providência foi passar o cartão. A lesma* pessoa que estava atendendo no caixa não conseguiu concluir a transação (o mesmo cartão já tinha sido usado no mesmo estabelecimento).

A sugestão da atendente foi que ela sacasse o dinheiro no caixa eletrônico. O problema é que este saque custaria US$10 de taxa pela transação. Ao explicar isso pra atendente, ela simplesmente informou, portanto, que não podia fazer nada (claro, seria exigir demais dela...).

Nossa amiga então tomou uma decisão razoável, propôs a retirada de 3 produtos da compra para que o dinheiro fosse então suficiente para pagar e tudo se resolvia. Novamente a bolha da* atendente não quis fazer isso, dizendo que não podia tirar os produtos (em tempo, quando ela passa um produto a mais, sempre retira ele imediatamente depois).

O resultado da história foi uma demora de uns 5 minutos até nossa amiga finalmente ceder e sacar o dinheiro, levando um enorme prejuízo. Ah, a fila ficou parada esse tempo todo.

Olha, se existe um local no mundo onde podemos dizer que é o inferno na Terra, realmente a Itália está em campanha pra ser a sede.

*Gostaria de pedir desculpas às lesmas e às bolhas por lhes atribuir injustamente tamanha insignificância e incompetência. Até o presente momento, não encontrei lesmas e bolhas que merecessem tamanho demérito. O conteúdo do texto foi revisado em respeito a essas duas categorias e o autor espera que quaisquer mal-entendidos tenham sido esclarecidos.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Alitalia em naufrágio

Leitores, sei que o post de ontem já falou de Alitalia, mas ontem mesmo encontrei um BLOG italiano que estava refletindo sobre o caso. Para os que pensam que sou duro demais com os italianos, vejam a opinião de um próprio. Um raro exemplo de cabeça que pensa fora da caixa. Traduzi diretamente do site dele. O impressionante é a similaridade da opinião do autor com a minha.

"Existe um país que parece ter sido feito propositalmente para ter uma companhia aérea voando. Tem 60 milhões de habitantes e uma formação natural que faz do vôo o modo de transporte preferível a qualquer outro. É bonito, assim os turistas de todo o mundo o consideram um destino privilegiado. Se encontra no centro do Mediterrâneo, entre o Leste e o Oeste, entre Norte e Sul. Como é possível, então, que sua companhia aérea esteja naufragando?

Simplicíssimo: Entre suas numerosas e valiosas especialidades, os habitantes deste país possuem uma deletéria: consideram as empresas como institutos de beneficência. As suas empresas são todas voltadas a elas próprias. Os clientes são considerados desagradáveis incumbências, os serviços são prestados com má-vontade e os funcionários procuram trabalhar menos para ganhar mais, sem olhar em volta para ver como funciona o mercado. Quando afundam a empresa, exigem que o governo intervenha para cobrir as perdas com dinheiro público, coisa que o governo faz com prazer porque considera a tal empresa como reservatório de votos.

Esse é precisamento o caso da Alitalia. Está afundando e os funcionários não procuram fazê-la subir novamente, mas somente salvar os seus postos de trabalho. Parecem os passageiros do Titanic que dançam à música de violinos enquanto o navio afunda. A Air France fez uma tentativa de salvamento, mas teve de se render porque os sindicatos se opõem à demissão de 2600 funcionários supérfluos. Até mesmo as crianças sabem que, sem se desfazer do lastro, não se pode voar. De acordo com as leis do mercado a Alitalia deveria falir de uma vez, mas as injeções de dinheiro público a mantiveram precariamente voando. Agora os motores fundem porque os franceses não são um instituto beneficente, pouco se importam com os votos e querem produtividade. Assim, querida Alitalia, para ter recusado um verdadeiro plano de salvamento agora resta escolher entre a falência e Berlusconi, come se diz: entre a peste e a cólera. Dá pra cair mais ainda?"