quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Negócios

Imagino que alguma notícia sobre a falência e recuperação financeira da Alitalia, companhia aérea de "bandeira" italiana (A que representa o país), tenha aparecido nos jornais brasileiros. Caso não tenha acontecido, o resuminho é mais ou menos esse:

A Alitalia é do Governo Italiano (preciso continuar?) e está falindo. Má administração, enrolação, leis conflitantes e muita gente com vontade de botar a mão no bolo.

O caminho natural é a recuperação. O Governo tem recebido propostas e deverá analisá-las para dar uma resposta até o meio de janeiro. O prazo atual (meio de janeiro) é o quarto ou quinto estabelecido pelo "agilíssimo" governo.

Desde o ano passado os prazos são estabelecidos e sistematicamente ignorados, atrasando ainda mais a decisão sobre quem ficará com a companhia. O interessante é que existem, no momento, duas propostas concretas:
1 - AirOne e Banca San Paolo, o que manteria a Alitalia na mão de um italiano
2 - AirFrance (seria como se as Aerolineas Argentinas comprassem a VARIG ou a Air Canada comprasse a American Airlines).

Não sai da minha cabeça que esses adiamentos ocorrem porque a proposta dos franceses (que devo dizer, dão um show de competência e excelência no serviço) é infinitamente superior à dos italianos. Mas o orgulho nacional (que ainda existe, apesar daquela reportagem do NYTimes que comentei outro dia) é grande demais pra vender a companhia pros franceses.

Resultado: Dá pra confiar quando um italiano fala, numa reunião de negócios, que "vai te dar uma posição sexta-feira"? Talvez até dê, mas a julgar pela postura dos representantes do povo (sim, os políticos representam o povo), não se pode levar a sério praticamente nada do que diz um italiano sobre prazos, negócios e compromissos.

Enquanto isso a Alitalia voa, batendo asinhas como pode.

2 comentários:

Anônimo disse...

Encarando de frente, no Brasil a influência italiana é enorme, basta ver o qu aconteceu com Varig,Vasp e Transbrasil, o ralo está próximo....

Anônimo disse...

Na verdade os adiamentos ocorrem, porque nos atuais moldes ninguém quer comprar... Nos leilões passados ninguém deu lance.... A Air France, dona já da KLM, seria a compradora óbvia, mas pressões do governo e sindicatos, que querem a empresa nas mãos de italianos, acabam tirando o entusiasmo da empresa em fazer uma proposta....Já a Fly Air One, convenhamos, é muito pequena para uma operação desse tipo, mesmo com o respaldo financeiro da "banca san paolo"... Entendo que apesar de toda a integração da Europa, cada país deve conservar a sua cultura e seus valores, entretanto pôr em risco uma empresa desse porte por questões ufanistas, me parece um pouco demais...
Acredito que o destino da Alitália será mesmo a falência.....